Editorial Junho 2016 Imprimir
Qua, 01 de Junho de 2016 00:00

Numa de suas páginas, a benfeitora espiritual Joanna de Ângelis descreve a vida como um “sublime investimento”, que “expressa a suprema misericórdia de Deus, num conjunto de harmonias e bênçãos”. Efetivamente, a vida é um investimento que vai nos proporcionar a perfeição e um estado de felicidade sublime para sempre, que Jesus denominou “reino dos céus”. É preciso encará-la, mesmo com todas as dificuldades que se nos apresentam, como um investimento que estamos realizando e que colheremos, certamente, mais à frente, os frutos de gozo e de felicidade que ele nos proporcionará. Porém, nem sempre sabemos valorizar essa oportunidade que a bondade do Criador nos oferece. 

Ainda fortemente influenciados pelo impulso instintivo que trazemos dos reinos inferiores por onde transitamos, temos a tendência de nos entregar às sensações da matéria, em prejuízo dos valores espirituais que nos fazem engrandecer. A consequência dessa escolha equivocada é que os que sofrem são mais numerosos na Terra, lugar de provações até que seja transformada em morada de espíritos bons, com tendência ao bem. É muito comum, nos momentos de dificuldades, perguntarmos sobre o por que das coisas não acontecerem como desejamos. É grande a nossa incapacidade de enxergar no sofrimento algo positivo, que nos faz perceber coisas que se tornam imperceptíveis nos momentos felizes. Com o sofrimento, os gozos terrenos que nos desviam do nosso real objetivo ficam obscurecidos, obrigando-nos a olhar para dentro de nós e fazermos uma reflexão sobre as escolhas com que temos pautado a nossa existência. É necessário compreendê-lo para poder passar por ele com coragem e esperança, na certeza de que será cumprida a promessa de Jesus, de que os que sofrem serão bem-aventurados. O sofrimento faz parte do investimento a que se refere a benfeitora espiritual e, geralmente, são resgates de dívidas assumidas num passado de comprometimentos. Não devemos maldizê-lo nem nos deixar desanimar diante dele. Como ensina um Instrutor Espiritual de Allan Kardec, o desânimo é uma falta e Deus recusa consolação àquele a quem falte coragem. Quando Deus nos chamar para a provação, alegremo-nos pela oportunidade que nos é dada de provar a nossa fé e de nos libertar da dívida contraída. Vivamos com alegria e confiança, mesmo nos momentos de dor, na certeza de que esses momentos representam nossa libertação rumo à felicidade que nos aguarda.