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Escrito por Jayme Lobato   
Seg, 14 de Fevereiro de 2011 15:08

 

Na reunião privativa daquela noite, no Centro Espírita da Esperança, através da psicofonia, o orientador espiritual, irmão Antônio Lima, exortava os companheiros ao estudo e ao trabalho. Um dos presentes, o irmão Teodoro, dirige-se ao orientador espiritual:

- Meu bom guia Antônio Lima, preciso sempre da sua ajuda. Quando não compareço à reunião é por motivo muito justo, porque estar aqui é um privilégio que não dispenso. Antônio Lima, paciente, esclarece:

- O mais importante, entretanto, meu irmão, é o aprendizado dos ensinamentos do Mestre Jesus, que nos devem orientar, para uma transformação pessoal. Hoje, o homem conta com a Doutrina Espírita, que tão bem divulga os ensinamentos dos Espíritos Superiores, a lembrarem e esclarecerem as palavras de Jesus, constantes dos Evangelhos.

- Estudar não é muito comigo! As suas palavras me bastam. Tenho aprendido muito aqui nas reuniões.

O benfeitor, então, adverte:

- Minhas palavras não bastam não, meu caro irmão! Nós também, no Mundo Espiritual, estamos em constante aprendizado. Além do mais, voltaremos ainda muitas vezes à Terra, para acertos de contas indispensáveis e aprendizado imprescindível.

Neste momento, entra na conversa Dona Isaura, prestimosa lidadora espírita.

- Querido benfeitor, tenho procurado incentivar o Teodoro no sentido de que ele compareça às nossas reuniões de estudo. Nelas venho realizando um aprendizado importante, que me tem valido muito nas lidas da vida.

- Isso mesmo, irmã Isaura, o estudo ilumina o raciocínio e, no caso da Doutrina Espirita, ele visa iluminar também o coração - fala Antônio Lima.

- Prefiro freqüentar essas reuniões. Elas me dão mais prazer, pois posso conversar com os Espíritos - insiste Teodoro.

- Eu também gosto muito de conversar com os Espíritos Benfeitores - alega Isaura que continua falando: - Mas, entendo, também, que, se são eles, de quem gostamos, que nos estimulam ao estudo, é porque isto é importante. Como já disse, tenho sentido os resultado do estudo na minha própria vida.

O Espírito benfeitor pondera:

- Às vezes, irmã Isaura, assumimos as funções daqueles pais que estão sempre a ensinar, a indicar o caminho, a sugerir o melhor. Porém, nem sempre os filhos aceitam a orientação. Certamente, aprenderão com os reveses da Vida.

Aí, entra no assunto, a irmã Filomena.

- Com licença, meu bom irmão Antonio! Posso opinar?

- É claro, minha irmã! É da discussão, com real interesse de aprender, que surge a luz. Fale, pois!

- Tem-me também sido muito útil o que tenho aprendido nesta casa. Venho colocando em prática esse aprendizado, às vezes com grandes sacrifícios, dadas as minhas imperfeições. Os resultados, embora pequenos, posso afirmar, com convicção, já se fazem presentes em minha vida.

Antônio Lima aproveita, o momento, para elucidar:

- Do que a irmã Filomena falou, podemos tirar boas lições! Muitas vezes, aqui chegam os trabalhadores do Bem, trazendo palavras esclarecedoras e orientadoras, consubstanciadas no Evangelho. Porém os irmãos fazem ouvidos moucos. Escutam, escutam e não se interessam pelo real aproveitamento daquilo que escutam, habituados que estão à simples freqüência à casa religiosa, sem nenhum compromisso com o progresso espiritual que diz respeito a cada um.

Filomena acrescenta:

- A presença dos amigos espirituais nos envolve em vibrações apaziguadoras, alentadoras. Fortalecem-nos para os embates da vida.

- Isso é justo, irmã Filomena. No entanto, não basta! É preciso que aqueles que aqui vêm, estejam também dispostos a se melhorarem, por decisão própria e consciente. Oprogresso espiritual é intransferível e indispensável. É o objetivo maior - complementa Antônio.

Neste instante, passa a participar da conversa o irmão Jonas.

- Há outros pontos a serem vistos da questão.

- Diga, pois, caro irmão Jonas! - propõe o instrutor.

- Não podemos esquecer do passe que aqui recebemos e que nos acalma e fortalece.

- E também, muitas vezes cura - acrescenta Isaura.

Filomena, satisfeita com a possibilidade de poder falar, elucida:

- Eu que o diga! Não dispensando os benefícios da medicina terrena, posso dizer que já fui curada de enfermidade considerada irreversível. E não foi só uma vez que os passes me beneficiaram. Não há como enumerá-las.

- Temos que nos lembrar também da água fluidificada. Quantos benefícios proporciona - observa Jonas.

Isaura volta a falar:

- É certo! Essa água, beneficiada pelo Mundo Maior, já me aliviou de vários desequilíbrios orgânicos.

- Foram sem conta os bons resultados que obtive dos passes e da água fluidificada! - diz ainda Jonas.

- Certamente, meus irmãos - explica o benfeitor, o passe muitas vezes curará a enfermida-de do corpo, aliviará as tensões, acalmando o ser. É importante o seu concurso. A água, com os benefícios nela depositados pelos Bons Espíritos, também será sempre um recurso importante para a organização física e psíquica do ser.

Teodoro, então, afirma, convicto:

- Não deixo de tomar meu passe toda vez que aqui venho. Nem tampouco de beber essa excelente água que alguns chamam de fluidificada, outros de magnetizada e outros ainda de energizada. O nome pouco importa. O que sei é que me faz muito bem!

- Muito bem, meu irmão! - retorna Antônio Lima. Os benefícios do passe e da água magnetizada são incontáveis. Não obstante, o passe e a água magnetizada, por se constituirem em tratamento, devem ser utilizados quando necessários. Só tomam remédios aqueles que estão enfermos. Não devem os irmãos fazerem dessas terapias um hábito.

Jonas, então, assevera:

- Aí está mais um esclarecimento do irmão Antonio Lima, no qual devemos refletir, meus irmãos. Alguns companheiros, com o tempo, nem mais sentirão os efeitos benéficos do passe, por terem se habituado, formalmente, a receberem passes.

- Também, temos que observar uma outra questão - propõe o instrutor espiritual. Essas importantes terapias, com inegáveis benefícios para o ser humano, e que não devem ser dispensadas, se constituem em ajuda que vêm de fora a beneficiar o necessitado. No entanto, não podemos esquecer que elas não curam as mazelas do Espírito.

E Antonio Lima continua:

- O ser pensante, o ser imortal, o Espírito afinal, em que se constitui cada um, muitas vezes está mais necessitado de remédio que o corpo físico. Aliás, deixaremos esse assunto para reflexão de todos. Na próxima reunião, voltaremos a apreciá-lo.

Antes que o bom Espírito se despedisse, Teodoro ainda volta a falar-lhe:

- Caro Antonio Lima, preciso de sua ajuda especial para a venda de meu carro. Mesmo com a maqueagem que mandei fazer na lataria, não estou conseguindo comprador. Preciso de sua ajuda, bondoso mentor.

- Ora! Ora! irmão Teodoro. Antes dessa necessidade que o irmão expõe, existem outras em seu íntimo e que precisam de maior atenção de sua parte. Reflita, meu caro irmão, mas reflita com carinho, no que foi conversado na reunião de hoje. Aí, então, terá a possibilidade de compreender o grande objetivo do Espiritismo: o progresso espiritual do homem, na sua proposta de lembrar o ensinamento de Jesus.

E o bondoso Espírito Antonio Lima se despede, sabendo que terá que repetir os esclarecimentos ali disseminados naquela noite, tantas vezes quantas forem necessárias.

Boletim de Janeiro/2001