Nossas divergências |
Escrito por Jayme Lobato |
Ter, 15 de Fevereiro de 2011 13:32 |
Em reunião de diretoria do centro espírita estavam presentes os quatro diretores, ou seja: João, o Presidente, Tiago, o Vice-Presidente, Marta, a Tesoureira, e Jorge, o Secretário. O Presidente fala das suas preocupações: – Meus companheiros, temos que combater certa postura em nossa casa espírita, que julgo muito prejudicial para o progresso do grupo de pessoas que a compõem. Marta, então, surpresa, pergunta: – Que comportamento é esse, João? O Presidente reflete, por instantes, e fala: – Nós, diretores, algumas vezes, divergimos. Isso é normal, não é mesmo? Prontamente, fala o Secretário: – Nossas divergências, penso eu, têm sido solucionadas aqui mesmo, João. E o Vice-Presidente complementa: – É isso mesmo, João! Temos, os quatro, nos esforçado para resolver nossas divergências de forma clara, objetiva, transparente e educada. – Isso, companheiros, é de grande valia para o bom andamento de nossa administração. – Então, o que o preocupa, João? – volta Marta a perguntar. – Realmente são duas coisas que me inquietam. E o Presidente passa a expor suas preocupações: – Primeiramente, vejamos o que ocorre, na realidade, quando decidimos alguma questão com voto divergente de algum de vocês. – Temos procurado, João, ser fiéis à solução vitoriosa – assevera Marta. – Mas de que forma, Marta? – Ora, João, envidando esforços para a implementação da medida adotada. – Penso que, quando discutimos algum assunto, devemos todos os quatro estar conscientes da necessidade de haver unidade no objetivo maior, que, a meu ver, é o progresso do grupo de pessoas que compõe a nossa casa espírita. – Progresso esse estruturado nos princípios da Doutrina Espírita – acrescenta Jorge. – Certamente, Jorge! O Vice-Presidente, então, se inquieta: – Mas, João, em que ponto não estamos atendendo à questão dessa unidade de que você falou? – Caro Tiago, em alguns casos, quando há divergência de opiniões, e a nossa não sai vencedora, como nos comportamos diante do grupo sob nossa responsabilidade, quando chamados a esclarecer a posição adotada pela Diretoria? O Secretário se adianta e fala: – Ora, João, explicando os motivos da adoção dessa ou daquela atitude. – Mas, Jorge, volto à questão: e quando a nossa opinião não foi vencedora? – Deveríamos, mesmo assim, assumir o que foi discutido e decidido. - E nós, caro companheiro, assumimos a decisão adotada? – Deveríamos! Como já falei. – Ou, caro Jorge, ainda somos daqueles que gostam de salientar, diante do grupo, que não concordamos com a decisão adotada, criticando-a mordazmente, colocando, assim, os companheiros contra os outros diretores que assumiram a decisão? – Esse tipo de atitude criaria divisão em nossa casa espírita. – É essa, amigo, a minha preocupação. – E isso vem ocorrendo aqui, no nosso centro, João? – pergunta Tiago. – Pelo que venho sabendo, infelizmente, esse tipo de atitude vem acontecendo entre nós. Marta, aí sugere: – Mas, João, você não pode dar ouvidos aos corredores do centro. – Marta, eu preciso ouvir todos, até para ter como avaliar as questões que surjam na casa. – Mas, meu amigo, há pessoas que não têm coragem de expor suas opiniões na hora devida, em que esteja em discussão algum assunto. Porém, são hábeis em chamar a atenção dos demais companheiros com comentários irônicos, e em voz alta, nos corredores do centro. – Isso é verdade. Marta tem razão – diz Tiago. – Acho esse tipo de pessoas muito prejudicial à harmonia do centro. – Concordo mais uma vez com a Marta – fala Tiago E João finaliza o assunto com uma sugestão: – Então, companheiros, vamos ser transparentes na nossa relação e cuidemos da saúde moral da nossa casa. Ela é importante para nós, como também somos importantes para ela. Avaliemos, em primeiro lugar, as nossas atitudes, como diretores. Precisamos dar o exemplo. Garanto-lhes que, se tivermos atitudes coerentes com o projeto do centro, os corredores terão muito pouco para comentar.. Boletim de Maio/2007 |
Última atualização em Qui, 12 de Maio de 2011 15:17 |