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Em se tratando de sexo PDF Imprimir
Escrito por Jayme Lobato   
Seg, 14 de Fevereiro de 2011 15:09

Carina e Alberto tinham dois filhos maiores de idade, Renato e Isabel. Pais e filhos freqüentavam o mesmo Centro Espírita. A família reunida conversava:

- O que vocês acharam da palestra sobre sexualidade, proferida pela Maria Estela, no Centro, na última quarta-feira? - perguntou Carina.

- Ah, mãe!!!...Achei caretíssima! - respondeu Isabel.

- Muito moralista, sem ter conteúdo moralizante! A meu ver, ela passou conceitos de uma classe média hipócrita, sem conteúdos morais e sociais, pertinentes ao tema! - asseverou Renato.

- E você, Alberto, o que achou? Concorda com Isabel e Renato? - interroga Carina.

Alberto passou a mão na cabeça, pensou breves segundos e respondeu:

- É... Acho que a Maria Estela foi muito infeliz na abordagem do assunto. Tratou-o de forma simplista, como se o ser humano fosse uma máquina em que se pudesse facilmente ligar e desligar algum botão de controle da "demoníaca" sexualidade!

- Acho preocupante esse tipo de abordagem! Nenhum ser humano é isento de emoções e desejos, que, por vezes, nos criam sérias dificuldades! - observa Carina, e Re-nato complementa:

- Esses assuntos, quando mal abordados, criam mais confusões nas cabeças das pessoas!

Alberto aproveita o tema para lembrar aos filhos alguns tópicos importantes sobre o assunto:

- Meus filhos, a Espiritualidade Benfeitora nos fala, através de vários médiuns, sobre a responsabilidade do sexo! - ao que Isabel pondera:

- Mas, pai, da forma como foi proposto na palestra, não existe nenhuma abertura para se discutir uma série de dificuldades existentes nessa área!

- Concordo, Isabel! - diz o pai.

E Alberto continua:

- Foi-nos imposto, pela cultura religiosa tradicional, o conceito de que o prazer é uma coisa pecaminosa! E, aí, está inserido o prazer sexual!

- Isso é verdade! No entanto, o sexo, além de ser instrumento de procriação, oportuniza troca de vibrações prazenteiras entre duas pessoas que se querem bem! - acrescenta Carina.

- Ele é meio e não fim! Sob amparo da verdadeira afetividade, ele ajudará o crescimento daqueles que sustentam um relacionamento sexual responsável! - afirma Alberto.

Renato, então, considera:

- Mas, pai, muitos em nosso meio, ainda hoje, se recusam a discutir esse assunto nas Casas Espíritas, alegando que não é tema para Centro Espírita!

- Esses companheiros, meu filho, deveri-am conhecer um belíssimo texto de Allan Kardec, inserido em "O Livro dos Médiuns", cap. XXIX, item 347, que diz respeito ao que se deve ler e comentar na Casa Espírita. Diz o codificador: "Ao lado das obras especiais, os jornais também contribuem com fatos, no-tícias, reportagens, relatos de virtudes e víci-os que levantam graves questões morais suscetíveis de serem resolvidos pelo Espiri-tismo. Esse é também um meio de se provar que ele se liga a todos os aspectos da vida social!"

- Por aí, vê-se que as obras básicas do Espiritismo, ainda são desconhecidas dos próprios espíritas! - observa Carina.

Isabel, então, questiona:

- Temos que divulgar melhor essas idéi-as propostas pela Doutrina. Do contrário, a condição piegas e puritana que, infelizmente, foi introduzida no comportamento de nossos pares, passa a vigorar como proposta doutrinária! Ora, se o sexo é um dos patrimônios do Espírito encarnado, como administraremos esse patrimônio se não o conhecemos convenientemente?

Seu irmão comenta:

- E é um patrimônio que, se mal administrado, como temos visto diariamente na imprensa, tem levado muitas pessoas ao desregramento do comportamento, à criminalidade e à falência moral!

E Carina assevera:

- Acho de suma importância o diálogo, em casa, entre pais e filhos! E aí estaria incluído o tema sexualidade! Se for o caso, os pais devem se socorrer até de profissionais competentes para melhor conduzirem esse diálogo! Na oportunidade, Alberto fala de sua educação:

- Com toda falta de diálogo da época, quando entrei na puberdade, meu pai me disse claramente: "Alberto você já pode ser pai! Pense na responsabilidade disso! Respeite as moças, meu filho! Se, por levianda-de, você algum dia engravidar uma mulher, assuma sua condição de pai! Pois, saiba, meu filho, que eu assumirei minha condição de avô, em qualquer hipótese!"

- Ah!!! Então é de autoria do vovô essa admoestação? Recebi uma igualzinha!

- Nem tudo se cria, muito se copia, desde que seja bom, Renato! Seu avô, de saudosa lembrança, foi um homem muito íntegro e exigente com os filhos!

- Além da discussão no lar, acho que não se pode dispensar a contribuição da Escola, no sentido de esclarecer quanto à condição biológica do sexo, no ser humano! - assegura Isabel.

- Também acho! - concorda Carina. Nem podemos dispensar a contribuição do Centro Espírita, na formação moral do ho-mem, dando-lhe responsabilidade no envolvimento com o sexo!

E Carina continua:

- A crença no Espírito e em sua imortalidade nos ajuda muito a avaliar essas questões de forma equilibrada! Tenho visto pessoas que, não tendo essa crença, se entregam desarvoradamente ao prazer sexual, com resultados aflitivos para suas existências!

- No nosso âmbito feminino, mãe, tenho assistido a verdadeiros desatinos! Meninas, ainda novinhas, se iniciando sexualmente, sem nenhuma orientação! A mídia é muito responsável por esse estado de coisas.

- Certamente! - concorda Renato, que, ainda, acrescenta:

- Os programas para jovens, tanto no Rádio como na Televisão, vêm influenciando a mocidade para uma atividade sexual prematura! Ronaldo, por estar com compromisso agendado, conclui:

-Considerando o momento de transição por que passa a Humanidade, devemos agir com muita prudência! Nós espíritas, pelo conhecimento que nos felicita, devemos estar atentos para que não passemos noções equivocadas sobre sexo, pois pode-remos estar transmitindo nossas próprias frustrações e dificuldades, em nome da Doutrina!

Boletim de Junho/2001

 

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